A ÁGUA
Subentende-se como água um “elemento” da natureza, um recurso renovável, encontrado em 3 estados físicos: sólido (gelo), líquido (água) e gasoso (vapor d’água), sendo que as águas utilizadas para o consumo humano e para as atividades sócio-econômicas são retiradas de rios, lagos, represas, aqüíferos, também conhecidas como águas internas.
Todos recordam a lição escolar segundo a qual nosso planeta tem a sua superfície coberta em três quartos de água. Esse fato inspirou poetas e artistas e fez com que Gagarin, o primeiro cosmonauta, afirmasse deslumbrado que a Terra é azul.
Poucos, no entanto têm a consciência de que a água é um recurso natural de disponibilidade limitada e cada vez mais escasso.
De fato, de cada 10.000 litros de água existentes na Terra, 9.747 são de água salgada, imprópria para o consumo humano, 174 litros estão na calota polar ou em geleiras permanentes, 76 litros são de águas subterrâneas e apenas 3 litros são de água doce de fácil disponibilidade.
No século XX, enquanto a população mundial cresceu 4 vezes, o consumo de água cresceu cerca de 8 vezes. As Nações Unidas estimam que hoje 1 bilhão de pessoas vivem com escassez de água. Relacionam-se às dezenas as guerras e conflitos em que a disputa pelo controle dos recursos hídricos é fator preponderante, desde Golam e Kosovo nos dias de hoje, até a participação de Leonardo da Vinci e Maquiavel no projeto de desvio do curso do rio Arno, na guerra entre Florença e Pisa no século XVI, fora outros conflitos e verdadeiras guerras pelo controle acesso e uso destes recursos hídricos.
O Brasil tem 15% da água doce do planeta. Somos assim, os maiores detentores de riqueza hídrica na Terra. Tal fato nos traz imensa responsabilidade. Todavia, ainda não é grande a consciência popular quanto à importância da adequada gestão dos recursos hídricos, desde a preservação dos mananciais em relação a atividades poluidoras até o combate ao desperdício.Sabemos hoje que grande parte dos nossos mananciais estão nas mãos de multinacionais, que levam nossas águas para fora do país e com lucros absurdos.
Hoje, 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água, instituído pelas Nações Unidas no intuito de alertar a comunidade internacional para as graves questões envolvendo a água.
Em 2001, o tema escolhido foi “Água e Saúde” e numerosas atividades estão programadas sob a coordenação da Organização Mundial de Saúde. Em 2004, a Igreja Católica adotou como tema da Campanha da Fraternidade Universal “a água”.
Com efeito, a água é saúde. Água de boa qualidade para o consumo humano e seu fornecimento contínuo asseguram a redução e controle de: diarréias, cólera, dengue, febre amarela e outras tantas enfermidades. Por sua vez, o esgotamento sanitário contribui para reduzir ou eliminar doenças e agravos.
Em nosso país, tão rico em água, morrem em média 10 crianças todos os dias de diarréia e outras enfermidades diretamente ligadas. Cerca de 80 milhões de brasileiros não tem coleta de esgoto e dos esgotos coletados, somente 15% recebem algum tipo de tratamento antes de seu despejo nos corpos hídricos. Sem dúvida, o saneamento constitui a maior dívida social existente hoje no país.
Um estado divulgado e feito pelas Nações Unidas em 2002 prevê que 2,7 bilhões de seres humanos (45% da população mundial) vão ficar sem água no ano 2025 (hoje, em 2004, esta situação se antevê para 2018), temos como principais afetadas já com o problema o Oriente Médio, o norte da África, China, Índia e África do Sul, alerta o autor do estudo, o geólogo Igor Shiklomanou, de Instituto Hidrológico Russo.
Metade dos mananciais do planeta está ameaçado pela poluição e pelo assoreamento. Só a Ásia despeja anualmente em seus cursos d’água 800 bilhões de litros de esgoto. Leve em conta que cada 1 litro de esgoto num rio inutiliza 10 litros de água.
DADOS ATUALIZADOS
1. A América do Sul é uma das regiões do mundo com a maior disponibilidade de águas doces do planeta. Mas grandes cidades como Rio e São Paulo já enfrentam racionamento de água.
2. Tanto na Califórnia quanto no Arizona, mais da metade da água que se consome no dia-a-dia é tratada a partir dos esgostos, pois os mananciais naturais já foram super explicados, ou seja, todos que visitaram a Disneylândia, pelo menos nos últimos 15 anos beberam água reciclada dos esgostos.
3. Em Israel ⅔ dos esgotos do país são reciclados e o restante da água de uso vem da dessalinização da água do mar.
4. Os processos industriais e o consumo de água (alguns exemplos)
• Para produzir 1 tonelada de aço, consomem-se 280 toneladas de água;
• Para fazer 1 kg de papel, é preciso usar até 700 litros de água (se a fábrica não reciclar);
• Para fazer um carro típico “sport”, por exemplo, o fabricante usa 50 vezes o peso do corpo em água.
5. A agropecuária e o uso da água (alguns exemplos)
• Para produzir 1 kg de carne de gado de corte da Califórnia são necessários quase 20.500 litros de água;
• Para produzir apenas um frango congelado, gastam-se pelo menos 26 litros de água.
6. A crise da água
• CONTAMINAÇÃO: na Polônia, apenas 5% das águas fluviais são potáveis e 75% delas estão poluídas que nos servem para uso industrial;
• ABASTECIMENTO URBANOS: na Cidade do México, a segunda maior metrópole do mundo, o lençol freático que fornece 80% da água para a cidade, está baixando sem parar. Bombeia-se 50% mais água do que pode ser reposta pelos processos naturais. Pequim, a capital da China, sofre de problemas similares. Seu aqüífero diminui mais de um por metro por ano e um terço dos poços secaram.
• IRRIGAÇÃO: o grande aqüífero de Ogallala, nos Estados Unidos, está tão baixo que, por falta de água, diminuiu em um terço a extensão de terras irrigadas no noroeste do Texas. Tanto a China como a Índia, o segundo e o terceiro maiores produtores de alimentos, enfrentam uma crise semelhante. No Estado do Tamil Nadu, no sul da Índia, a irrigação fez o lençol freático baixar mais de 23 metros em 10 anos.
• RIOS QUE SECAM: durante a estação seca, o enorme Ganges não chega mais ao mar, porque toda sua água é desviada antes. O mesmo acontece com o rio Colorado, na América do Norte.
BRASIL – COMO SEMPRE NÃO USAMOS A NOSSA FORÇA!
Imagine um país que detém, sozinho, 15% do total das reservas de água doce do planeta. Que tem ao mesmo tempo o maior rio e o maior aqüífero subterrâneo do mundo. Que, para causar inveja, ainda apresenta índices recorde de chuva. Esse país existe. E, como você sabe, suas maiores cidades sofrem racionamento de água.
O Brasil não usa nem 1% do seu potencial de água doce. Ainda assim, metrópoles como São Paulo e Recife enfrentam colapso no abastecimento público. O que acontece? Segundo os especialistas, o problema é só mau gerenciamento. “Temos rios degradados, índices de perda assustadores nas companhias de água e um desperdício inconcebível por parte da população”, enumera José Almir Cirilo, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, em Recife. É claro que o crescimento desordenado das cidades ajuda a piorar. “Sem planejamento não há proteção de nascentes nem dos reservatórios naturais. Isso custa caro para as companhias e para a sociedade, pois depois será preciso despoluir a água ou trazê-la de outro lugar”, diz a coordenadora do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, Claudia Albuquerque.
A água pura (H2O) é um líquido encontrado na natureza e tem dissolvida entre as suas moléculas gases como oxigênio (O2), dióxido de carbono (CO2) e nitrogênio (N2), também fazem parte desta solução líquida sais, como nitratos, cloretos e carbonatos. Algumas vezes outras substâncias químicas dissolvidas podem vir a dar gosto e cor a esta água podendo ocasionar uma reação tornando a água alcalina ou ácida. Sua temperatura sofre variações de acordo com a profundidade e com o local onde é achada.
